À Beira do Abismo do Tempo

Estou agora à beira do abismo do tempo
Olho lá embaixo e não vejo nada
Tudo é escuro, trevas profundas
Escuridão total, silencio total

Ali o Sol não brilha
As estrelas não mais existem
Nem frio nem calor
Apenas o nada me espera

Uma força poderosa me puxa
Tento resistir mas a cada segundo fica mais forte
Não ouço mais sua voz, não vejo mais seus olhos azuis nem seus cabelos louros
Nem mesmo sinto o cheiro do teu perfume...

Penso em me atirar neste abismo profundo, onde nem a luz consegue escapar
Porque sei que você ficou lá, ou alguma parte de você, tua energia
Sei que não terá volta, o abismo não tem fim mas pode ser uma saída
Ou quem sabe me transformarei em energia, como sua energia que ficou no passado

Dimensões se cruzam, universos explodem em bolhas criando novas historias
Cordas, membranas, energia escura, tudo conspira contra mim
Quantas variáveis o grande engenheiro do Cosmos conseguirá criar?
Quantos universos alternativos poderei vagar te procurando?

O tempo perdido ficou congelado em algum momento nas profundezas do tempo
Mas a energia que emana destes sentimentos consegue se libertar do abismo
Como o cheiro de Farala que estou sentindo, mais forte que um raio de luz

A escuridão se ilumina, seus olhos parecem brilhar feitos quasares
Meu coração bate como um Pulsar se aproximando do horizonte de eventos
Um calor parece devorar meu corpo

Sei que é tarde para voltar, o abismo está logo ali
Alguma força me puxa, quero evitar, tentar seguir meu plano, minha dimensão
Ouço musicas, ruídos de papeis de bala que amassamos juntos
Sinto o cheiro dos cafés que tomávamos pela manhã
Sim, sei que estas memórias transformadas em energia estão vivas neste lugar

Mas pode ser você tentando sair do abismo!
Por isso tenho medo de cair e não te encontrar e não poder voltar
Vamos, me de sua mão! Acho que consigo trazer você de volta
De volta, Á beira do Abismo...









jfsebastian@t

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